segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

O JULGAMENTO

Eu fui julgada pela minha cor
minha pele preta,
por um crime que nunca cometi,
fui condenada como pessoa má e ruim,
tudo uma questão de estereotipo
pretos já nascem com atestado de óbito
no canavial tiraram nossa alma
mas não nossa calma
calma
pela oralidade sobrevivem nossa língua
nossa raiz, nossa matriz...ancestralidade
alma
a calma traz de volta a nossa alma
a alma traz de volta a nossa calma
fui julgada, condenada e nunca serei absolvida
a sociedade me vê como inimiga
mas com a oralidade vamos nos resgatando...Nzingas
Marias Felipas, Dandaras, Luísas.... calma
entender que temos alma é muito mais do que ter um black power
mas tudo isso faz sentido... o poder branco como eterno inimigo
centralizando poder, deixando o povo perecer... como se fôssemos feridas vivas
você se considera branco? e isso te dói?
tome uma chibatada e isso se desconstrói
e não estou falando de violência física
estou falando de ser negado o direito de vitória
de conhecer sua própria história
viver nem sempre é melhor que sonhar
mesmo de olhos atentos
O POVO PRETO SEGUE MORRENDO
nascendo, crescendo, sedento, desaparecendo
crianças, jovens, adultos e velhos
uns são fuzilados, outros esquartejados
e me dizem:_ "não guarde rancor, somos todos iguais..."
iguais a que? a animais ?
ah... branco faça-te um favor,
não se aproprie da minha cor para lucrar (outra vez mais)
tenho nojo e pavor
eu sou julgada pela minha cor
por um crime que nunca cometi
e sou condenada todas as vezes que nasci...


PRESENTE

Todas as noites seu abraço é meu cobertor
me cuida, me vela, me aconchega
Todas as noites seu olhar é meu refúgio
um dilúvio de carinho.... teus pés, meu caminho
e viver agora é não estar só ainda que acompanhada... é nossa a estrada
minha estrela do oriente, fizeste casa do meu ventre
fizeste amor da minha jornada
fizeste primavera do meu jardim
fizeste do meu perfume alecrim
é tanto amor que já não cabe em mim
transborda, suporta
a porta do meu mundo não tem saída pra você
só olhe pra trás para lembrar do porque está aqui
por que nosso caminho é a estrada do AGORA
o futuro que sonhávamos é o nosso PRESENTE
tomada por um sentimento tão grande que é humilde
e está escrito em mim em todo canto
a cada passo que dou... TE AMO


ALIMENTO

Me alimenta o pão, o grão
O amor, gratidão. ..
Me alimenta o vinho, o carinho
O caminho, beijinho
Me alimenta a verdade, a dignidade
A honestidade, sinceridade.... amizade
Me alimenta a alegria, a magia
A nostalgia.... a poesia
Me alimenta
Essa iguaria....


MUKAMI

Sou mãe
Sou preta
Sou mãe preta
Se mexer com minhas crias... É TRETA !!



terça-feira, 21 de outubro de 2014

O RACISMO NA ESCOLA

"Tia Anastácia... trepou no galho que nem macaca de carvão..."
gritou Lobato !
A criança que é preta,
vê tia anastácia preta, se vê,
com tacanha explicação
 aceita ser carvão...
servidão...
"macaca de carvão"
auto-estima? Mas qual?
Se eles dizem que o ser humano preto, se assemelha a um animal ?
E o modelo escolar ?
desigual, separatista,  racista,elitista e deprimente
reforça gratuitamente mentiras
bem mal intencionadas
não se fala da escravidão,
só se fala da lei áurea...
Bendizem dona Isabel
_" A PROLE FOI LIBERTADA!!!"
"Tia Anastácia... trepou no galho que nem macaca de carvão..."
Diz Monteiro Lobato !
desprezando uma geração
As crianças pretas desse país
precisam de REPATRIAÇÃO MENTAL !!
Derrubar esse sistema que nos vê como animal
Quebrar ! Virar a mesa
compreender a real
somos descendentes de grandes realezas
e não temos a cor do mal.

Luz Marques
(Poema inspirado na militância do irmão Giovane Sobrevivente e no discurso de Obá Negraline, mulher preta empoderada, ambos do axé, e fontes de inspiração)

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

LUA DE MEL

Você escolheu a lua mais linda
pra me chamar de sua,
E eu te escolhi para ser meu dono
entre pedras, espinhos, feridas e danos
Você me olha como se eu fosse um sonho
Você já sabia que era eu
e eu nem imaginava o que seria
te desdenhei
te fiz poema
te fiz canção
não te encontrei e e me cansei, te desdenhei
Te enfurecir, te fiz sorrir
.... e repeti...
Você escolheu a lua mais linda
te recitei, te iluminei e decidi
e como de tuas palavras de fizeste réu
trouxeste pra nossa vida a ETERNA LUA DE MEL...


POEMINHA LIGEIRINHO DE SAUDADES


Sou tua viagem
Tua paisagem
Tua parada
Parada na tua
Caminharei nua
Em tua alma entrelaçada. ...
Luz Marques
#PRAPIO

DO QUE FICOU DO NAVIO...

Sou pretinha
Do cabelo emboladinho
Sou rainha
No meu reino de carinho
Sou a noite
Que a lua não caiu
Sou magia
A verdade é meu caminho
Fui sequestrada
Fui espancada
Fui estuprada
Minha prole dilacerada
Minha cultura abandonada
Minha raiz marginalizada
Depois de tanta claridade
Minha esperança era um fio
Ainda nos querem no porão
EU VOU DESTRUIR ESSE NAVIO
que leva pretos e pretas
Que matam crianças de abril
Anciãos de agosto
Meio século de escravidão
Outro meio de desgosto
Já ta curto meu pavio

Ainda nos querem nesse porão
VAMOS DESTRUIR ESSE NAVIO
Pretos arrastados no asfalto
Como bicho, como lixos
Tina tomou 15 tiros
Todo mundo sabe, todo mundo viu
Que pátria amada e gentil ?
O cachorro do branco
Sentiu o cheiro do preto e saiu
Puta pátria que os pariu

Ainda nos veem nesse porão
MAS, EU VOU AFUNDAR ESSE NAVIO...




POVO DA PÁTRIA ROUBADA

O povo preto só vai se ver
quando desligar a TV
quando conhecer sua história
e entender o que está mascarado
SOMOS O POVO DA PÁTRIA ROUBADA
O preto só vai entender o que representa o saci
quando começarem a refletir
quando começarem a perceber
POR QUE tantos pretos tendem a morrer ?
POR QUE nossa vida não vale nada ?
SOMOS O POVO DA PÁTRIA ROUBADA
Não vemos nossa beleza,
na escola não vemos nossa verdade
na faculdade não se discute nossa realidade
textos de autores pretos
são paginas não apresentadas e não representadas
SOMOS O POVO DA PÁTRIA ROUBADA
Nós estamos fazendo abolição
cotidianamente, o tempo inteiro
e vemos que cada ônibus tem um pouco de navio negreiro
E que depois que branco tirou nossa alma
Morremos nos guetos sem recuperá-la
SOMOS O POVO DA PÁTRIA ROUBADA
Quando lutamos pra que o sistema branco nos inclua
não sei se somos ingênuos ou cegos
um preto protagonista massageia nossa ego
Sente-se um alivio, na mentira valorizada
mas a verdade é a estrada
SOMOS O POVO DA PÁTRIA ROUBADA
DA PÁTRIA SEQUESTRADA
DA ALMA ARRANCADA
DA ALTO ESTIMA DILACERADA
E NOSSA HISTÓRIA SÓ PERSISTE POR QUE TIVEMOS IRMÃOS
QUE NÃO VENDERAM SUA DOR EM TROCA DE UMA MIGALHAS
o que você acha o o sistema branco tem a oferecer
ao povo da PÁTRIA ROUBADA ?
UM PAPEL NA TV OU
UMA BALA PRA VOCÊ?

Realidades Mascaradas

quarta-feira, 30 de julho de 2014

DO QUE FICOU DA POESIA



Fica do meu mundo "subverso"
somente o fel confesso
daquilo que já chamei de poesia
fica desse mundo a aprendizado de como funciona a hipocrisia
e de sair de tudo aquilo que não vou seguir
de tudo aquilo que não faz parte de mim...
E do que no meu mundo é poesia,
ficam meus versos,
fica o meu amor submisso,
fica a minha gratidão infinita,
fica toda mudança na minha vida,
mas vai a esperança de que haja amor,
entre os irmãos,
que a poesia morre ao ser a poesia a moeda de tostão
e passa a ser a arte um corrimão
eu não,
Desapego-me da obrigação de viver de arte,
a arte vive comigo, é parte de mim,
é o que sou,
a poesia é o que grita em mim e ela grita o que sou,
nos completamos,
fui testemunha de máscaras caindo,
e fui testemunha da poesia em êxtase...
mas deixo aqui o meu ultimo adeus
à tudo que fere, humilha, corrói e destrói
não necessito holofotes, eterismos, falsidades
não necessito microfones, achismos, ansiedades
não necessito de vanglórias, sorrisos, maldades
reverencio verdades, honras, honestidades
e isso foi sepultado,
junto com a minha admiração,
aqui deixo em palavras tudo o que aprendi
e que dinheiro é só uma arma,
que mata o que a arte dissemina
e somente o que é genuíno acalenta e acalma
pra quem entende que o dinheiro não cura,
só mata as almas
e pro tapete de demagogia, haja paciência
pelos "dez réis" trocas a poesia,
mas comes das consequências.

Luz Marques

terça-feira, 27 de maio de 2014

A POESIA

De todas as poesias,
que já li, escrevi,
ou recitei,
você é a mais suave e mais intensa,
 a mais rápida e mais lenta,
  a mais distraída e mais atenta,
das poesias que já me apaixonei,
 e você é mais do que somente isso...
você é o imaterial e o infinito,
temporariamente passeando pelo plano carnal
espalhando o bem e o imortal...
 
*Dedicada a amiga imaterial Taíssa Cazumbá
luz marques
27/05/2014
 
 

segunda-feira, 26 de maio de 2014

NESSE DIA CINZA

 Nesse dia cinza
Quase bucólico
Sofeja uma musica tardia
Confesso que dá vontade
De chorar
E até medo
Vem aí o trovejar
Anuncio de chuva... eu reclamo !
Mas... quando você troveja, meu pretin
Eu amo
E mais a sua chuva,
E o seu desaguar
E temo de pensar em suas esquinas
HOMEM-MENINO-DE-ERROS-ACERTOS
Tem mortes lá atrás,
Saudades de quem jaz
Amigos que enlouqueceram
Amores que se perderam
Crianças que não cresceram
Plantios que não colheram
Embora... Hajas colhido...
Tudo o que hás plantado
Mas... também amo essas esquinas
Por que nelas há verdades
Vidas, valores, amizades
Certamente também, algumas vaidades,
Eu sou rio... e sorrio
Quando meu homem troveja
E me deságua, eu crio asas
É que tudo em você
Me completa
Minha meta, minha seta,
Minha música mais perfeita.
 
25/05/2014
Luz Marques
 

BAOBÁ


Dez voltas dei ao baobá
Pra um destino de escravidão
De amargura,
De tristeza,
De desgraça
De pesar...
Dez voltas dei ao baobá
Mas tudo veio comigo
A saudade do humilde abrigo
A lembrança da cativa a me embalar
Ah! Eu enlouqueci !!
...me perdi de mim
Me perdi da minha prole
Tanto sofrimento...
Tanto horror
Tanta desesperança.... DESGRAÇA !
Mas, hoje...hoje se me levanta uma nova era
Hoje pousa em minha fronte
A razão, e a consciência
Pensas que não sei  DEMONIO BRANCO ?
Pensa que não conheço suas armas,
tendo na voz uma navalha, que me dilacera por dentro ?
por que TU DIVIDES e tu SEPARAS
escuto que meu corpo é pra servir
e que minha mente é pra perpetuar essa discórdia...

                                         BASTA !!

Todas as pretas são minhas irmãs,
 todas elas, de qualquer tom
eles... eles também são meus !
são todos meus.... irmãos, meus primos
minhas tias, meus tios
todos os pretos velhos são meus avôs
e todos os meus mortos
estão comigo a me abençoar
agora, a lembrança do baobá
não está mais a me atormentar
mas, a me conscientizar
as correntes do medo
foram quebradas
Aurora! Madrugada!
Diga ao povo de lá
Que dez mil voltas se dê ao baobá
Ninguém consegue nos separar
Somos quilombos, favelas,
Aldeias...
Aglutinações de negritude,
Que poreja DIVERSIDADE.

Luz Marques
 
 

 

 

 

BAOBÁ 2


O BAOBÁ,  UMA ÁRVORE MILENAR
QUANDO MORRE, DEITA POR CIMA DA PROPRIA SORTE
DELA, DAS RAIZES AO TRONCO SE PODE APROVEITAR
NA ÁRVORE DA VIDA, QUE DENTRO ABRIGA, A MORTE
DEPOSITÁRIO DO ESQUECIMENTO
QUANDO O DEMONIO BRANCO
NUM ATO DE TIRANIA E HORROR
MANDA O POVO DE COR, ACORRENTADOS
DAR VOLTAS , E AO MESMO TEMPO NEGAR-SE
COMO SER HUMANO, SEM RAIZ
DIANTE DA SUA HISTORIA E DE SEU PAÍS...

(Luz Marques)

SEXO FRÁGIL


O meu feminismo tira a sua tranquilidade
fere a sua virilidade,
até o seu ego masculino?...
aí eu faço aquela moqueca,
deixo sua roupa limpinha,
cuido das crianças
e sacio até a sua sublime vontade
de ejacular...
aí sim!
Sou sua mulherzinha
Florzinha, princesa
Bonequinha, rainha
Pois bem!
O amor é troca...
Ah ! Não sabias meu bem ?
Não sou sua mamãezinha!
Não sou seu neném !
Sou a força sublime
Que move a terra
Aquela que pari o mundo inteiro
E que mesmo sem privilégios
Reluz, e é Luz
No planeta Y
Onde até o deus é homem
Mesmo sendo a mãe terra
Que da vida aos frutos...
Agora, reflita mais!
Por que a mulher que pensa
Pra você é o satanás ?
E olha, que isso não me ofende
Tampouco me assusta
Já fui reprimida pra ser santa
Já fui queimada como bruxa
Hoje em dia o nome é puta,
Para aquelas auto suficientes
que não veneram o deus pênis
Ora caia na real!
Nossa natureza é cabal
E para ser mais precisa
Lhe digo que não se aflija
E que tudo é bem igual
SEXO FRAGIL ! 
Que nada é pacoada .
Levante do seu trono,
Você não é meu dono
Lave suas roupas e
Cuide das crianças,
Pois quando sou Eu que trabalho
Assumo todo esse recado
E assumo toda a minha luta
Cuidado,
Pra não virar um velho insosso
Na frente da T.V.
Escravo do velho mundo machista
Que só tem direito a cair na farra
Já a mulher, se for, cai na fala...
Se liga, rapaz acorde!
Reflita mais sobre você,
Afinal, protegido no seu mundinho privilegiado
o SEXO FRÁGIL sou EU ou VOCÊ ?

Luz Marques


ME BEIJA


Me beija na boca
Me beija no peito
Me beija o pescoço
E também no queixo
E desce, bem logo
Mas bem devagar
Me beija a barriga
Pra variar...
Também no umbigo quero sentir
Sua boca carnuda a me despir
Eu quero sua mão
No meu coração
Minha boca na sua
pulsamos então
também eu te beijo
te mordo também
passeio minha língua
no seu vai e vem
te deixo molhado
e fico também
meu corpo ao seu toque
se faz de refém
meu corpo, seu corpo
uma obra de arte
gozamos poemas
uma só carne
um último beijo
do nosso namoro
dois olhos que ardem
mas beijos de novo ... hum!......

Luz Marques


 

IDENTIDADE QUILOMBOLA


Minha identidade  é quilombola
A minha vida não é a sua
Quem troca um pão fica com pão
Quem troca uma ideia fica com as duas

 
Troco essa ideia pra te mostrar
Que a realidade não de desculpas
Se tu é preto, imponha respeito
Com sua história e sua luta
Não abaixe a cabeça, resista a pressão
A África vive  no seu coração


Invadem nossa terra, não nos deixam plantar
Matam nosso velhos, não nos deixam estudar
Espancam nosso povo, querem nos traumatizar
Mesmo com armas na cabeça
O QUILOMBO VAI LUTAR !!


O sistema só cria ratos querem nos alienar
Botando o preto contra o preto, somos nós aqui morrendo
Eu digo:_ PAREM DE MATAR! Somos um, somos irmãos
Os brancos tomando champagne , e quem protege é o “preto cão”
Não nos veem como irmãos, somos todos inimigos
Mas plantando consciência o quilombo vai resistindo ...
Eu grito:_ PAREM DE MATAR !
PAREM DE MATAR, PARÉM DE MATAR
O nosso povo quer plantar
A luta vai continuar

 
QUILOMBO RIO DOS MACACOS
Está sendo destruído, crianças traumatizadas
Adultos sucumbido, com medo do amanhã
Com medo de serem vistos, pelas sete lanças brancas
Que apontam o inimigo:
_”tapa na cara da mãe de família
Destruam as casa
Anulem suas vidas
Tirem os rios
Calem crianças
Disseminamos ignorância”


É o sistema cruel que está aqui, privam oportunidades
Querem nos reduzir, mas o quilombola sabe
Na resistência se unir
Estamos de olho de de quebrada, a nossa lei é resistir

Porque?


Invadem nossa terra, não nos deixam plantar
Matam nosso velhos, não nos deixam estudar
Espancam nosso povo, querem nos traumatizar
Mesmo com a faca no pescoço

O QUILOMBO VAI LUTAR !!
 

A nossa arma é consciência, conhecer é transformar
A identidade é quilombola, não vamos negociar
O rio é nosso, a terra é nossa, mas é o branco que domina
São os porcos bem fardados, que exercem sua ira
Querem água dos rios, para encherem suas piscinas
Querem água do rio, para encherem suas piscinas


Minha identidade é quilombola
A minha vida não é a sua
Quem troca um pão fica com pão
Quem troca uma ideia fica com as duas
 

O medo não vai impedir de sonhar
O medo não vai impedir de lutar
O medo não vai impedir de gritar
Por que pior do que o medo é conseguirem nos calar !
Eu rogo: _ PAREM DE MATAR !!
Parem de matar, parem de matar
O quilombo quer plantar !!
Semear, espalhar, difundir, propagar !!
 

NA HORA DE APANHAR, NOS BATE
NA HORA DE MORRER, NÓS MATA !


 

 

 

NOS DIAS MAIS DISTANTES



 Nos dias mais distantes de mim
Eu pulo no vento
E é o vento que em comanda,
Por tanto não temo a próxima porta
O próximo dia será maravilhoso
E se não for é por que tinha que ser...
E isso há de me bastar e isso há de me mover
Mover minha vida para perto do que eu quero
E do que jugo melhor
Isso, não é tarefa fácil
Carpir seu próprio plantio
Nos amamos em qualidade
Nos aceitamos em defeitos,
E sempre nos queremos mais e mais
Em nossa totalidade
Aun que absurda
E eu sou tanto quanto minha consciência
Me permita ser
Além disso, sou poeta,
E o vento nunca há de me bastar.

 Luz Marques
18.02.2014

TE AMAR


 Nas vezes em que eu vi o sol,
nas vezes em que o sol me viu
algumas vezes me esquentava
algumas vezes tremi de frio
e o meu corpo sempre rio
já não sabia quem amar
e o doce salgou minha vida
como amar o mar viajar...
nas noites que a lua me viu
nas vezes que eu via a lua
deixei meu corpo nu
pulsando minha alma nua
algumas vezes me coloria
meu arco-íris pintando magia
e eu cada vez envolvida sorria
com a sedução natural do meu corpo
em cada vento que corre solto
o beijo que me deixara forte
sobressaltos norte em pleno deserto
no meio do pó levantado
cada vez se via mais
seu sorriso lisonjeiro
me envolvendo por inteiro
como ingênuos animais
me fizeste tua cativa
teu amor em minha vida
me fazendo, ser do que sou, um muito mais
 
Luz Marques.