Deixo minhas mãos calejadas
para quem trabalha de sol a sol,
Nos cristais ou nas enxadas
em santórios ou nas estradas,
Deixo minhas pernas fortes
para quem quer encontrar seu caminho,
Para quem não as tem e sofrem
e para aqueles que não conhecem a sorte,
Deixo minha voz cansada
para aqueles que querem gritar,
Para aqueles que nem sempre falam
e para aqueles que escutam, porém nunca se calam,
Deixo o meu olhar modesto e sincero
para os cegos que vivem nos castelos,
Para aqueles que choram o mundo belo
e outros, que apesar de não terem olhos
vêem mais que um olhar singelo]
Deixo os meus ouvidos saturados
para os que querem ouvir os canários
Para aqueles que apenas ouvem o "errado"
e para aquele que apesar de agora surdos
já ouviram no passado]
Deixo por último, porém, a alma
par todos corações que de tanto amedrontá-la
tiveram pés e mãos trancadas,
perderam a voz! por tantas vezes gritada,
que de tanto chorar! Secaram as lágrimas
e de tanto ouvir! já nãos escutam mais nada,
e também para aqueles que já não têm mágoas,
pois aproveitam a vida.... pela alegria da
CALMA.
Silêncio. Sentido essa poesia falada.
ResponderExcluirsaudades ......
ResponderExcluirLuz...que ela invada seu ser...nosso ser!!
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